Aqui estou eu a falar. Desta vez a minha voz divaga por volta da palavra limite.
Por si só, limite é uma palavra limitada. Mas o facto é que eu acho que limite é uma palavra que nem mesmo devia existir porque de facto não existe. Isto parece estranho mas estou aqui a pensar que: para além de um limite há sempre algo mais. Para além desse limite algo continua. E até podemos forçar barreiras e criar limites, mas não passam de linhas imaginarias que nos ajudam a regrar coisas.
Pensemos então: se eu dividir um terreno em dois, separar - portanto, através de uma linha até pode parecer que esse limite limita. Mas esse limite é imaginário porque entre um pedaço de terra e outro existe uma partilha e se falarmos no ar então nem mesmo uma linha se consegue colocar. Penso também que nem o ar nem a terra se sentem ofendidos por transporem o limite.
Será que o limite ajuda ou a partilha faria mais sentido. E se entretanto não fosse necessário criar limites para saber coexistir?
Estou aqui a pensar, até talvez a divagar. Estou por certo a pensar, mas de todo não estou a limitar.