2012-04-02

A contar sem numerar

Era uma vez um lugar estranho... estranho, mas não tão estranho assim! Era um lugar onde tudo era normal: logo nada tinha de estranho! Porém, as suas cores eram estranhas! Nada tinha a cor normal, sabem? Normal!

O mar era cor-de-rosa...
O céu era verde...
As flores eram coloridas com pétalas de muitas cores, pareciam o arco-íris.
Já a relva era lilás.
O ar também tinha cor: era amarelo transparente!

Ninguém percebia este mundo. As casas eram como uma casa, com cozinha, sala, quartos... tudo a que tem direito uma casa.

Havia estradas, campos, cidades, aldeias... tudo, como conhecemos este mundo, mas as suas cores não condiziam. Não tinha a ver a cara com a careta!

Perguntei a meio mundo se me explicavam esse mundo. A outro meio se conheciam e ninguém, mesmo ninguém me conseguiu elucidar.

Até que um dia encontrei um menino na rua e mostrei-lho. Ele não disse nada, sorriu. Eu perguntei:

- Conheces?
- Conheço - disse o rapaz.
- Então vais-me falar sobre este mundo! - eu com entusiasmo.
- Este é um desenho meu, perdi-o na rua, já nem sabia mais onde procurar. Fico feliz por encontrares! O meu tio arquitecto desenhou. Eu pintei. - o menino feliz.
- Este mundo é teu? - uma interrogação pertinente.
- Este mundo é nosso.

Foi assim que percebi que o mundo é tão pequeno que volta e meia tudo volta.
Foi assim que percebi que o mundo é nosso e talvez fosse melhor ser mais estranho ainda!